Um dos mais antigos e atuantes cineclubes do Brasil, o Lanterninha Aurélio teve suas atividades iniciadas em 1978 na cidade de Santa Maria/RS. Foi criado pelo mesmo grupo de pessoas que haviam fundado, em 16 de junho de 1978, a Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria Ltda - CESMA que visava a defesa econômica e a defesa cultural de seus associados, que naquele momento encontravam enormes dificuldades para terem acesso aos livros, objeto raro e de alto custo, e outros materiais que auxiliassem a formação de seus associados.
Descontentes com a falta de possibilidades culturais, criaram o Cineclube Lanterninha Aurélio, que passou a sedr uma das atividades desenvolvidas pela Cooperativa. O nome foi escolhido como homenagem ao funcionário do Cinema Imperial, Aurélio de Souza Lima, responsável, entre outras coisas, pela manutenção da "ordem" dentro do cinema, sempre com sua lanterna. Também era ele que acabava liberando a entrada para os guris que não tinham dinheiro para o ingresso. Seu Aurélio acompanhou mais de uma geração de cinéfilos formados em Santa Maria.
O Ciineclube nasceu impulsionado pelo desejo de jovens combativos, estudantes da primeira universidade federal do interior do país, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Era o período do final da ditadura militar com censura muito forte e os agrupamentos de pessoas ainda eram restritos, principalmente dentro da universidade. Envolvidos com a militância estudantil, conseguiram através de uma pró-reitoria um projetor de 16mm, com a desculpa de montar um grupo de estudos de cinema, que acabou tendo um desdobramento que o arco da universidade. Um deles, Paulo dos Santos Pires, estudante do curso de agronomia - na época mais concorrido que o de medicina e que as engenharias, trouxe muita gente para Santa Maria, pois estávamos em plena "revolução verde" - com passagem pelo movimento sindical paulista possibilitou o acesso à Dinafilme, distribuidora de filmes do movimento cineclubista brasileiro que viria a ser extinguida anos mais tarde pelo governo Collor.
Usavam os auditórios da universidade e exibiam muitos filmes, todos de cunho político, característica também comum naquela época. Como militantes que eram, passaram a buscar as bases populares levando os filmes para os bairros e vilas periféricas da cidade. Escolhiam os filmes, apresentavam e discutiam com as comunidades o conteúdo exibido, buscando uma reflexão da realidade vivida no país naquele momento. Era uma atividade subversiva e assim passou a ser tratada pelas autoridades. Um dos cineclubistas históricos do Lanterninha até bem pouco tempo ainda respondia a um processo da Polícia Federal.
Os anos foram passando, o contexto político foi mudando com a Abertura, as pessoas envolvidas foram terminando seus cursos e deixando Santa Maria; outras passaram a ter um envolvimento maior, e o Cineclube seguiu uma nova fase de fruição cinematográfica, mas sempre buscando novos públicos, ou ainda, pessoas sem acesso à filmografias. Até a metade dos anos 80 foram exibidos, em diversos locais da cidade, mais de 200 filmes em 16mm.
Houve uma nova formatação da equipe e do Cineclube que coincidiu com a entrada do VHS no mercado. A CESMA começara a montar uma locadora, tendo uma base de conhecimento cinematográfico em função da experiência advinta da atividade cineclubista. As sessões passaram a ter data e local fixo - sempre às 19h das quartas-feiras na sala 07 da antiga reitoria, no centro da cidade. Assim foi possível trabalhar com ciclos temáticos, explorando a filmografia de determinados diretores e de temas propostos, funcionando dessa forma até 1995.
O cenário mudou novamente, a sala 07 foi requisitada pela universidade, o grupo de trabalho perdeu peças, provocando um período de inatividade. No entanto, o Cineclube permaneceu no "inconsciente coletivo", pois continuaram acontecendo algumas sessões, mesmo que isoladas.
Em 1995 foi criado o Otelo Cineclube, ligado ao Sindicato dos Bancários de Santa Maria, que funcionou até o final do ano seguinte. A TV OVO - Oficina de Vídeo, criou e manteve o Cineclube Porão durante o ano de 2001.
Em 2003, pessoas envolvidas com esses cineclubes, se reuniram novamente para retomar as atividades do Lanterninha Aurélio.
Inicialmente, as sessões ocorriam na Casa de Cultura, dentro do projeto "Curta nas Quartas", sempre às 19h com entrada franca. Esse espaço consolidou a ação do Lanterninha Aurélio nessa nova fase de atividades, voltada para a filmografia nacional e durou até 2005.
A partir de novembro de 2005, finalmente a CESMA e o Lanterninha ganharam sua casa própria e definitiva na rua professor braga, 55. Desde então, o projeto cresceu, e inumeras ações estão sendo desenvolvidas. Além da clássica quarta-feira, como a retomada das exibições itinerantes, oficinas de cineclubismo na cidade e na região central, grupos de estudos e maior inserção junto ao movimento cineclubista nacional e ibero-americano.
Dessa forma, em 2006, a cidade de Santa Maria foi sede da 26ª Jornada Nacional de Cineclubes e do II Encontro Ibero-americano de Cineclubes, registrando o nome da cidade e do Cineclube Lanterninha Aurélio na história do movimento. Reconhecimento merecido, devido a longa tradição da cidade com o cineclubismo, e do empenho de diversos amantes do cinema, que mesmo de diferentes gerações, aproximam-se pela mesma paixão.
Descontentes com a falta de possibilidades culturais, criaram o Cineclube Lanterninha Aurélio, que passou a sedr uma das atividades desenvolvidas pela Cooperativa. O nome foi escolhido como homenagem ao funcionário do Cinema Imperial, Aurélio de Souza Lima, responsável, entre outras coisas, pela manutenção da "ordem" dentro do cinema, sempre com sua lanterna. Também era ele que acabava liberando a entrada para os guris que não tinham dinheiro para o ingresso. Seu Aurélio acompanhou mais de uma geração de cinéfilos formados em Santa Maria.
O Ciineclube nasceu impulsionado pelo desejo de jovens combativos, estudantes da primeira universidade federal do interior do país, Universidade Federal de Santa Maria - UFSM. Era o período do final da ditadura militar com censura muito forte e os agrupamentos de pessoas ainda eram restritos, principalmente dentro da universidade. Envolvidos com a militância estudantil, conseguiram através de uma pró-reitoria um projetor de 16mm, com a desculpa de montar um grupo de estudos de cinema, que acabou tendo um desdobramento que o arco da universidade. Um deles, Paulo dos Santos Pires, estudante do curso de agronomia - na época mais concorrido que o de medicina e que as engenharias, trouxe muita gente para Santa Maria, pois estávamos em plena "revolução verde" - com passagem pelo movimento sindical paulista possibilitou o acesso à Dinafilme, distribuidora de filmes do movimento cineclubista brasileiro que viria a ser extinguida anos mais tarde pelo governo Collor.
Usavam os auditórios da universidade e exibiam muitos filmes, todos de cunho político, característica também comum naquela época. Como militantes que eram, passaram a buscar as bases populares levando os filmes para os bairros e vilas periféricas da cidade. Escolhiam os filmes, apresentavam e discutiam com as comunidades o conteúdo exibido, buscando uma reflexão da realidade vivida no país naquele momento. Era uma atividade subversiva e assim passou a ser tratada pelas autoridades. Um dos cineclubistas históricos do Lanterninha até bem pouco tempo ainda respondia a um processo da Polícia Federal.
Os anos foram passando, o contexto político foi mudando com a Abertura, as pessoas envolvidas foram terminando seus cursos e deixando Santa Maria; outras passaram a ter um envolvimento maior, e o Cineclube seguiu uma nova fase de fruição cinematográfica, mas sempre buscando novos públicos, ou ainda, pessoas sem acesso à filmografias. Até a metade dos anos 80 foram exibidos, em diversos locais da cidade, mais de 200 filmes em 16mm.
Houve uma nova formatação da equipe e do Cineclube que coincidiu com a entrada do VHS no mercado. A CESMA começara a montar uma locadora, tendo uma base de conhecimento cinematográfico em função da experiência advinta da atividade cineclubista. As sessões passaram a ter data e local fixo - sempre às 19h das quartas-feiras na sala 07 da antiga reitoria, no centro da cidade. Assim foi possível trabalhar com ciclos temáticos, explorando a filmografia de determinados diretores e de temas propostos, funcionando dessa forma até 1995.
O cenário mudou novamente, a sala 07 foi requisitada pela universidade, o grupo de trabalho perdeu peças, provocando um período de inatividade. No entanto, o Cineclube permaneceu no "inconsciente coletivo", pois continuaram acontecendo algumas sessões, mesmo que isoladas.
Em 1995 foi criado o Otelo Cineclube, ligado ao Sindicato dos Bancários de Santa Maria, que funcionou até o final do ano seguinte. A TV OVO - Oficina de Vídeo, criou e manteve o Cineclube Porão durante o ano de 2001.
Em 2003, pessoas envolvidas com esses cineclubes, se reuniram novamente para retomar as atividades do Lanterninha Aurélio.
Inicialmente, as sessões ocorriam na Casa de Cultura, dentro do projeto "Curta nas Quartas", sempre às 19h com entrada franca. Esse espaço consolidou a ação do Lanterninha Aurélio nessa nova fase de atividades, voltada para a filmografia nacional e durou até 2005.
A partir de novembro de 2005, finalmente a CESMA e o Lanterninha ganharam sua casa própria e definitiva na rua professor braga, 55. Desde então, o projeto cresceu, e inumeras ações estão sendo desenvolvidas. Além da clássica quarta-feira, como a retomada das exibições itinerantes, oficinas de cineclubismo na cidade e na região central, grupos de estudos e maior inserção junto ao movimento cineclubista nacional e ibero-americano.
Dessa forma, em 2006, a cidade de Santa Maria foi sede da 26ª Jornada Nacional de Cineclubes e do II Encontro Ibero-americano de Cineclubes, registrando o nome da cidade e do Cineclube Lanterninha Aurélio na história do movimento. Reconhecimento merecido, devido a longa tradição da cidade com o cineclubismo, e do empenho de diversos amantes do cinema, que mesmo de diferentes gerações, aproximam-se pela mesma paixão.
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