quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

Felicitações da FICC


Federação Internacional de Cineclubes (FICC)

Feliz Año Parceiros amigos


en nombre de la comunidad de Software Libre Argentina les deseamos a todos los amigos del Foro Entre Fronteras tengan un feliz Año Nuevo

feliz 2010



mensagem de gabo rodríguez
diretamente do méxico ( parceiro do lanterninha e no cineclubismo pelo mundo )

cineclubismo global
http://mundokino.net

terça-feira, 22 de dezembro de 2009

“Roube Este Filme I” e “Roube Este Filme II” em exibição 23.12.09

Cineclube Lanterninha Aurélio
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Projeto Cultural CESMA -Santa Maria/RS - desde 1978
Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria

Ciclo copy, right? – 2º Sessão

23/12/2009


Dando sequência ao ciclo “copy, right?”, o BaixaCultura.org e o Cineclube Lanterninha Aurélio novamente orgulhosamente apresentam os filmes “Roube Este Filme I” e “Roube Este Filme II”, dois capítulos-documentários sobre a complexa relação entre o compartilhamento de arquivos via web, a dita propriedade destes arquivos, e como a internet insere novas possibilidades que bagunçam tudo aquilo que pensávamos estar estruturado sobre direitos de autor, pirataria digital e formas de distribuição e circulação da cultura na sociedade. Ambos filmes são dirigidos pelo inglês Jamie King e produzidos pela misteriosa The League of Noble Peers,um grupo de produtores que pouco mais se sabe além do fato deles serem alemães e ingleses e terem produzidos as duas partes de “Roube Este Filme”.

[A liga parece ter um modo de atuação, digamos assim, parecido ao do coletivo italiano Wu Ming, especialmente no caso do autor-fantasma (ou coletivo) Luther Blisset, detalhado brilhantemente no livro Guerrilha Psíquica, da ótima coleção Baderna da Editora Conrad. Saca a fala do grupo, presente no Roube Este Filme II: "People always ask us, who are The League of Noble Peers? And we tell them: You are, I am, even your bank manager is... insert yourself here, because we all produce information now, we all reproduce information, we all distribute it...]

O primeiro Roube Este Filme (no original, Steal this film), lançado em 2006 via arquivo torrent na própria página oficial do documentário, tem como ponto central a forma como entidades de lobby, como a MPAA (Motion Picture of America, a associação dos grandes estúdios de cinema dos Estados Unidos), trabalharam sua influência sobre as autoridades na Suécia para causar um ataque ao Pirate Bay em maio de 2006, quando a empresa onde ficavam hospedados os servidores do site (o host) foi invadida por policiais e teve os seus computadores apreendidos. Para contar essa história em 32 minutos, os produtores entrevistaram desde os responsáveis pelo Pirate Bay até produtores e dirigentes da indústria do entretenimento, passando ainda por figurões de Hollywood (como o ator Richard Dreyfuss, autor de uma das falas mais lúcidas sobre a polêmica toda), membros do Partido Pirata Sueco e usuários de tecnologias de compartilhamento de arquivos.

Os que visitam essa página faz algum tempo devem se lembrar de que já falamos bastante do Roube Este Filme I por aqui, num dos posts mais comentados e discutidos deste um pouco mais de um ano de BaixaCultura. Aliás, os que estão entrando agora também devem ver o banner que se encontra aqui do ladinho, que leva justamente ao já linkado post, que não está ali por acaso: nosso parceiro Edson fez a tradução das legendas do filme para o português e as disponibilizou, seja já sincronizada com o filme e prontinho pra baixar, no Youtube dividido em quatro partes ou, ainda, só a legenda mesmo, em formato srt.

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Roube Este Filme II, lançado oficialmente em novembro de 2007 na conferência “The Oil of the 21st Century – Perspectives on Intellectual Property“, em Berlim, Alemanha, além de ser um poquito mais longo (44 minutos) que o primeiro, vai mais além na discussão do contexto econômico/tecnológico/cultural que está diante das chamadas “copyrights wars”, as batalhas entre o livre compartilhamento de bens culturais e o repressão à estas práticas através da tentativa de endurecimento das leis de direitos autorais. Esta segunda parte traça também um paralelo entre o impacto da imprensa e o da Internet em termos de tornar a informação acessível para além de um grupo privilegiado de “controladores” da informação. O argumento central do filme é de que a natureza descentralizada da Internet faz com que a aplicação dos direitos de autor hoje seja praticamente impossível – pelo menos se considerar estes direitos tais como eles foram estabelecidos primeiramente no século XVI na Europa e como ainda hoje se configuram.

Segundo matéria do jornal britânico The Guardian, ambas partes de “Steal This Film” se inserem no coração de um estilo de documentário-manifesto, onde os cineastas praticam, em seu próprio filme, aquilo que defendem perante à sociedade. É por conta dessa estretégia que as duas partes estão disponíveis nos mais variados formatos para download na página oficial dos filmes, bem como as legendas em mais de 10 línguas, todas produzidas e enviadas espontaneamente pelo público mundo afora.

Dentre os diversos festivais que os dois documentários foram exibidos, destacam-se o Sheffield International Documentary Film 2008, na Inglaterra, Tampere Film Festiva 2008, na Finlândia, South By Southwest festival 2008, em Austin, nos Estados Unidos (este, um dos principais festivais de música e cultura alternativa do mundo) além de uma rumorosa exibição no International Documentary Film Festival em Amsterdã, Holanda, uma das raras ocasiões onde o diretor Jamie King falou sobre o filme e a The League of Noble Peers. Ambos os documentários também já foram exibidos em diversos canais mundo estrangeiros como o History Channel, Canal + Poland,TV 4 Sweden e o Noga, de Isreal.



Leonardo Foletto,
Baixacultura.org

no site www.baixacultura.org mais informações com links




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Próxima Exibição

30/12 – Brega S/A (Brasil, 2009, 60 min)

Cineclubismo

Debates e sessões - quartas-feiras - 19 horas - entrada franca
Auditório João Miguel de Souza - Centro Cultural Cesma – 3º andar
Rua Professor Braga, 55 - Centro - Santa Maria / RS
Telefone - 55 3221 9165 - 3222 8544

cineclubelanterninhaaurelio@gmail.com
twitter.com/cinelanterninha
www.cesma.com.br

quarta-feira, 16 de dezembro de 2009

Mostra dos vencedores do 8º Santa Maria Vídeo e Cinema

Hoje na tradicional sessão de quarta-feira estaremos exibindo os curta-metragens vencedores do SMVC.
Uma ótima oportunidade que o Festival SMVC e o Cineclube Lanterninha Aurélio estão dando para quem perdeu a edição desse ano que contou com diversos curtas em animação, documentário e ficcção.

Cineclube Lanterninha Aurélio
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Projeto Cultural CESMA -Santa Maria/RS - desde 1978
Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria

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Cineclubismo

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Primeiro dia do “copy, right?” (e algumas pensatas que surgem)

http://baixacultura.org/2009/12/14/primeiro-dia-do-copy-right-e-algumas-pensatas-que-surgem/
Dezembro 14, 2009 por baixacultura

Com algum atraso, tenho que dizer, em primeiro lugar, que o primeiro dia do ciclo “copy, right?” foi bastante produtivo. A presença do público foi satisfatória; compareceram entre 30 e 40 pessoas, sendo que 25 assinaram a ata de presença. Como a foto acima indica, não foi um público para encher o auditório do Centro Cultural da Cesma, mas dizem que a média do Cineclube costuma ser nessa faixa de pessoas. A divulgação pela cidade foi abrangente, com direito a espaço nos dois jornais principais, e-mails para listas diversas e cartazinhos espalhados (pessoalmente) por alguns cantos do centro da cidade – muito embora tudo tenha sido feito com pouca antecedência.

Apresentado o ciclo, foi exibido “Good Copy, Bad Copy“, de 59 minutos de duração, seguido de alguns comentários meus e a abertura para o debate, como de praxe em cineclubes. Aí foi minha grande surpresa; debateu-se de verdade. E não apenas sobre o filme, mas sobre diversas questões que compõe o pano de fundo de Good Copy, Bad Copy, da neutralidade da rede até reações desproporcionais contra a dita “pirataria” digital como o Hadopi francês e a Lei Azeredo; da democratização cultural, agora possível (ou utópica?), até as dificuldades (ou potencialidades?) de um músico para sobreviver no variadíssimo cenário musical planetário de hoje; da apropriação (nefasta, diga-se) dos termos comunismo e socialismo na tentativa de entender o sistema da internet até o incrível modelo de negócio do tecnobrega do Pará, tema dos últimos 20 minutos do filme – provavelmente os vinte minutos que mais chamaram a atenção do público, um pouquinho a frente do exemplo da Indústria de Cinema da Nigéria (Nollywood), ambas criativas e orgulhosas formas de negócios oriundas da periferia mundial e à margem da Grande e Poderosa Indústria do Entretenimento.

[Para todos aqueles que quiserem saber mais sobre Nollywood, recomendo a reportagem "Cinema Noir", da Trip da janeiro deste ano. Da sacada do título à pauta criativa e antenada, passando pelo texto descolado (no bom sentido, veja bem) comum aos textos da revista, é um baita exemplo de reportagem bem feita, daquelas que bons pares de sapato são mais importantes do que horas em telefone, pra ficar numa metáfora ao gosto de Tchekov. Pros que querem saber mais sobre o tecnobrega do Pará, recomendo estarem presentes no terceiro dia (30/12) do ciclo para assistir "Brega S/A", ou lerem o bom Tecnobrega: o pará reiventando o negócio da música, de Ronaldo Lemos e Oona Casto, disponível também em pdf.]

O debate final teve opiniões tão distintas quantos as idades dos debatedores, o que particularmente me agradou bastante, pois uma das ideias centrais do ciclo era justamente propor o debate sobre estes assuntos aqui por Santa Maria – e os filmes, nesse sentido, seriam propulsores dos questionamentos. Nas opiniões, pode-se notar que a esperança de que a rede venha a democratizar a sociedade (e aí entram cultura, política, gostos e possibilidades criativas) convive com a expectativa de que mais essa oportunidade venha a passar, especialmente por ação da poderosa mão (invisível?) do mercado, que não admite perder o que conquistou durante os últimos séculos – e se inserem nesse guarda-chuva ações como as que visam combater a “pirataria” digital, algumas resultantes em leis que ferem frontalmente a dita neutralidade original da rede. Apesar dos pesares, nota-se que a esperança continua sendo maior que a discrença, o que me fez resgatar um cético otimismo, quase esquecido nos últimos meses perante a maré tortuosa de más notícias.

Ao fim, o tempo de conversa/debate/discussão foi quase o mesmo que o da exibição do filme, no que eu agradeço muito às pessoas que estiveram presentes na quarta-feira passada.

Mais do que qualquer outra coisa, ver “Good Copy, Bad Copy” novamente me fez querer pensar em mais e mais exemplos de alternativas à margens da Indústria. Casos como o do tecnobrega e o de Nollywood nos dizem muito, é certo, e funcionam bem porque essencialmente são pensados (ou foram pensados, mesmo que sem se dar conta disso) a partir das particularidades de uma dada região. Querer aplicar estes exemplos à realidade do planeta inteiro, como A alternativa a ser seguida por todos, é indício de fracasso; nestes relativíssimos tempos atuais, uma solução nunca é A solução se nela não forem consideradas as particularidades do lugar de onde se está pensando. É mais ou menos o que dizia Gil no final desse post, quando perguntado por músicos de uma banda paulista qual seria a saída para ganhar dinheiro com sua música: “O problema é que vocês querem que apareça outro modelo único, que não vai exigir esforço algum e te traga o sono de volta, dizia Gil, no que continuava ao afirmar que hoje é exigido que venhamos a pensar um modelo próprio para a necessidade de cada um, a partir das características da obra de cada um.

É nesse sentido que busco exemplos, de todos os lugares do mundo, que contenham as mais distintas características possíveis. É a experiência dessa diversidade de situações combinadas com a necessidade real e prática de um grupo de pessoas de um dado lugar que surgirão novos modelos à margens da dita Indústria do Entretenimento. Quanto mais exemplos melhor, pois é sinal de que estamos, de alguma forma, aceitando a provocação de Gil na busca de uma estratégia própria e criativa de vivermos de nossa arte. Além do que muitos, milhares e milhões de exemplos são um sinal efetivo da ruína da nefasta indústria que sustenta artistas montados em suas luxuosas, moribundas e preguiçosas fortunas, o que, logicamente, é danado de bom, não?

[Leonardo Foletto.]

quinta-feira, 10 de dezembro de 2009

Deixando o autor: um benefício para os artistas, arte e sociedade

Por ocasião da apresentação do trabalho Um mundo sem copyright. Artes e globalização mídiaProfessor Joost Smiers (Utrecht University), disponibiliza o texto da sua apresentação, que reproduzimos abaixo.

A apresentação foi realizada em 6 de fevereiro de 2007, às 19:00 am in "Medialab"Madrid. (MedialabMadrid Intermediae é um programa de artes área da Câmara Municipal de Madrid com vista à confluência de Arte, Ciência, Tecnologia e Sociedade).

Deixando o autor: um benefício para os artistas, arte e sociedade

Joost Smiers

Sob pressão de os E.U., a Organização Mundial da Propriedade Intelectual está tentando dar as grandes indústrias de controlo da comunicação cultural decisiva sobre o que pode se comunicar na Internet não seria um exagero para lembrar o poder que o Comité Central do Partido Comunista tinha nos velhos tempos da União Soviética. Devemos estar satisfeitos por diversas organizações ao redor do mundo estão protestando contra este ataque em profundidade contra os nossos direitos fundamentais de livre comunicação. Mesmo assim, a maioria dessas críticas é marginal.

É tempo de reconhecer que há algo de fundamentalmente errado em nosso sistema ocidental de direitos de autor, que é a fonte da aberração que só algumas companhias para ter poder sobre como nos comunicamos através da Internet, e as condições em que este ocorre. É hora de perguntar se devemos continuar a trabalhar com este sistema de direitos de autor, que é uma invenção do século XIX que não está preparada para promover o direito fundamental à livre comunicação nos vinte do século primeiro. Vamos analisar o porquê.

Imagine o mundo sem direitos autorais. Neste artigo, vou mostrar os argumentos básicos para o abandono do sistema de direitos autorais. Pode parecer surpreendente, mas esta intervenção irá melhorar a situação da maioria dos artistas a nível mundial. Também garantir que nós, como cidadãos e como artistas, não podemos continuar nosso domínio público do conhecimento e criatividade por parte de alguns conglomerados culturais.

Há alguns meses atrás, Carlos Gutierrez, U. S. secretário de Comércio. UU., Anunciou uma série de iniciativas para acabar com a pirataria, entre outras coisas, a música. Perdas com a pirataria são estimados em cerca de 250 bilhões de dólares anualmente, somente em os E.U. Num comunicado de imprensa, Gutierrez disse: "A proteção da propriedade intelectual é fundamental para nosso crescimento e nossa competitividade global, e tem implicações importantes em nosso esforço contínuo para promover a segurança ea estabilidade em todo o mundo." Agora, tenho que admitir que eu nunca pensaria que o autor poderia contribuir para a segurança e estabilidade globais.

Este é um lugar fascinante, especialmente, nas palavras do U. S. secretário de Estado! Mas Carlos Gutierrez tentou outro aspecto do tema, que é mais óbvio. O autor tem vindo a tornar-se uma ferramenta para ganhar grandes investimentos. Na última década, tornou-se um dos principais motores da economia no Ocidente e, mais especificamente, a economia E.U.. Mas este curso dos acontecimentos tem uma desvantagem importante: as empresas que possuem grande quantidade de trabalhos com direitos autorais podem, se assim o desejarem, mais fraco foragido cultural não só o mercado, mas a atenção do público em geral. Isso está acontecendo diante dos nossos olhos. É quase impossível de desviar a atenção dos blockbusters, best-sellers e álbuns mais vendidos plantada estes gigantes diante de nós pela cultura, curiosamente, têm todos os direitos sobre estas obras imagináveis. Como resultado, a maioria das pessoas não têm a menor idéia de todas as outras práticas, menos comercial, levando-se em música, cinema, teatro e outras áreas artísticas. Isto representa uma grande perda para a sociedade porque o nosso mundo democrático só pode existir em um ambiente de grande diversidade das expressões culturais livremente articulada e debatida.

Copyright é normalmente entendido, em primeiro lugar e acima de tudo, proteger o bem-estar e os interesses dos artistas. Mas a história nos ensina que a primeira formulação de uma política semelhante à nossa atual lei de direitos autorais tinham objetivos muito distantes dos cuidados de renda do artista. A primeira iniciativa para proteger a propriedade intelectual da expressão artística pertence a rainha Ana da Inglaterra, que em 1557 deu o monopólio do livreiros guilda sobre a impressão e publicação de livros, um monopólio que, muito conveniente , eliminando toda a concorrência de impressoras em outros locais, como em outros países, ou a Escócia rival. Na verdade, o termo autor diz tudo: o direito exclusivo de copiar qualquer trabalho. Em nenhum lugar as leis de copyright cedo mencionado o autor ou o artista que produziu o trabalho. Queen Anne tinha suas razões para a aprovação desta legislação. Ele não gostou muito da idéia de "livre expressão" e de dar a guilda dos livreiros o direito exclusivo de publicar livros tem total controle sobre quais livros poderiam ser publicados e quais livros a proibição e varrer o mercado. No final do dia, que concede direitos também pode revogá-las.

Esta lei da Rainha Anne é o espectro que continua a assombrar os direitos autorais para este dia, e talvez mais agora do que em qualquer outro momento na história. Cada vez mais pequenos grupos de entidades maiores e cada vez mais poderosos possuem direitos exclusivos de obras cada vez mais nas áreas de literatura, cinema, música e artes visuais. Por exemplo, Bill Gates, o famoso fundador da Microsoft, também é proprietária de uma pequena empresa menos conhecido chamado Corbis, que reúne uma quantidade enorme de imagens de todo o mundo. Junto com Getty, Corbis está desenvolvendo um oligopólio na área da fotografia e reproduções de pinturas. Em palavras outras, uma entidade com um grande poder no mercado, muito parecido com o poder da guilda do livreiros no século XVI. O controle de oligopólio em que a arte pode usar, para que fins, sob que condições, muito similar a como Queen Anne controlar a impressão de livros.

Na maioria das culturas do mundo, este estado de coisas tem sido e é muito indesejável, mesmo inimagináveis. Artistas sempre usaram as obras de outros artistas, e sempre têm contado com eles quando a criação de novas obras de arte. É realmente difícil imaginar que as obras de Shakespeare, Bach e tantos outros pesos-pesados cultural teria sido possível sem este princípio, a construir sobre as obras dos antecessores. Mas o que vemos hoje? Olhe o exemplo da documentação, que estão enfrentando nada menos do que obstáculos intransponíveis, desde a sua produção, quase inevitavelmente, contém fragmentos de visual e conteúdo musical sujeitos a direitos de autor, a sua utilização exige o consentimento de ambos e de pagamento ao proprietário do os direitos de reprodução. Este último é quase sempre fora do alcance do documentário, e os acima dão Bill Gates, ou qualquer outro proprietário dos direitos autorais, os direitos para autorizar a utilização do "seu" conteúdo artístico das formas da mesma forma que considerar apropriada. Mas o lugar dentro de todo o arranjo, são os nossos direitos? Os direitos humanos devem garantir a liberdade de comunicação e da livre troca de idéias e formas culturais que permitiram que foi em grande parte a construção de nossa sociedade moderna. Mas esse desenvolvimento cultural humano vai parar se um pequeno grupo de pessoas ou empresas podem chamar-se "donos" da maioria das imagens e melodias que nossa sociedade tem criado. Isso os coloca em uma posição privilegiada para ditar como podemos usar uma parte substancial do nosso coletivo realizações culturais, de que forma e em que condições. As consequências serão terríveis. Estamos sendo silenciados. Nossa memória cultural que estamos a ser confiscados e trancado. O desenvolvimento e divulgação da nossa identidade cultural está a ser corroído, e nossa imaginação está sendo preso por lei.

Ao contrário do que se poderia esperar, as possibilidades aparentemente infinita de cópia e de amostragem que permite a utilização de modernas tecnologias digitais não só tem piorado a situação. Publicamente oferecem ainda um segundo de um trabalho protegido imediatamente atrair a atenção de advogados para os "donos" de tal material. Os artistas do som, que é utilizado livremente amostra do trabalho dos outros para construir novas criações musicais, agora são tratados como piratas e criminosos. Surgiram setores inteiros da indústria focada na aplicação da lei, farejando o dia digital e noite em busca de qualquer vestígio de atividade relatada no trabalho dos outros e aqueles que foram apanhados em flagrante, muitas vezes enfrentam a perda de praticamente todos eles têm.

O autor tem um outro defeito intrínseco que torna insustentável em uma sociedade democrática. Hoje, o autor se baseia quase que exclusivamente sobre a chamada propriedade intelectual. Este é um problema porque a definição tradicional de propriedade é inconciliável com conceitos intangíveis como conhecimento e criatividade. A melodia, uma idéia ou uma invenção não iria perder nenhum dos seus valores ou utilitários se forem compartilhados entre qualquer número de pessoas. Em vez disso, qualquer objeto físico, como uma cadeira, rapidamente perde a sua utilidade quando muitas pessoas querem usá-lo. Neste último caso, o termo "propriedade" tem um significado claro e função. Infelizmente, nas últimas décadas, a definição de propriedade foi estendido muito além de qualquer restrição física. Hoje, quase tudo pode ser propriedade de alguém, como o perfume ou cores. Até a composição das proteínas em nosso sangue e genes em nossas células são reclamadas como propriedade exclusiva desta ou daquela empresa, que pode, portanto, proibir a sua utilização por qualquer pessoa ou entidade. Portanto, é hora de reconsiderar o conceito atual de propriedade.

No que diz respeito a obras de arte, é possível que nenhuma pessoa deveria ter o direito de reivindicar a propriedade exclusiva de, por exemplo, uma melodia. Nós todos sabemos que todas as obras de arte, e todas as invenções, são baseadas nas obras dos antecessores. Isso não significa que temos menos respeito para os artistas que criam novas obras de arte com base no trabalho de outros artistas, e nós temos uma obrigação de contribuir para o bem-estar ea renda dos artistas em nossa sociedade. Mas recompensar cada uma de suas realizações, ou a sua reprodução e à sua interpretação, com um monopólio prorrogado por décadas, também, porque ele não deixa nada sobre o que outros artistas podem construir. De fato, para criticar o trabalho de um artista tornou-se difícil, que pode "prejudicar" sua propriedade ". Tão desagradável quanto parece, as coisas ficam ainda piores quando paramos para pensar que a grande maioria dos trabalhos com direitos autorais estão nas mãos de poucas grandes conglomerados empresariais. Essas mega-empresas não criam, nem inventar ou produzir nada, mas exigem que os artistas conceder-lhes todos os direitos sobre suas obras em troca do privilégio de distribuir seu trabalho.

Deste ponto de vista, há uma boa razão para puxar o nosso sistema de direitos autorais no lixo. Claro, os artistas que se sentem ameaçados por um ato radical. Afinal, sem direitos autorais, eles perderiam seus meios de subsistência bem? Bem, não necessariamente. Considere-se, primeiro, alguns números. Uma pesquisa feita por economistas têm mostrado que apenas 10% dos artistas faz cerca de 90% das receitas por direitos autorais, e os outros 90% dos artistas têm que compartilhar os restantes 10%. Em palavras outras, para a grande maioria dos artistas, dos direitos de autor oferece apenas um mínimo de benefícios financeiros. Além disso, há outro fenômeno peculiar: a maioria dos artistas têm vindo a algum tipo de acordo com a indústria da cultura. Como se esses dois grupos têm alguns interesses em comum! Por exemplo, GEMA, o órgão de gestão dos direitos alemão, envia cerca de 70% das receitas dos direitos de autor estrangeiro, principalmente E.U., lar de alguns dos maiores conglomerados do mundo da cultura. Neste processo, o artista ou a média é visto.

O que é necessário é uma forma de garantir que os artistas podem obter um retorno justo para os seus trabalhos sem o risco de ser varrido do mercado e da atenção do público por força do marketing da indústria cultural. Isto pode soar um pouco idealista e talvez irreal, mas não podemos subestimar a necessidade social de diversidade cultural. O interessante é que para os artistas é perfeitamente possível de existir e desenvolver-se sem direitos de autor. Finalmente, afinal, o copyright não é apenas uma camada protetora em torno de uma obra de arte, ea questão é se os benefícios de tal protecção superam as desvantagens. Os artistas, quer como agentes e produtores são empreendedores. Então, o que justifica o fato de que seu trabalho recebeu proteção muito mais (isto é, a longo prazo monopolista controle sobre seu trabalho) que o trabalho de outros empresários? Por que eles não serão permitidos apenas para oferecer seu trabalho no mercado aberto e tentar obter os compradores?

Tentar prever o que poderá acontecer no caso em que o autor foi abolido. Um dos primeiros efeitos seria curioso: de repente, a indústria cultural não teria nenhum interesse em investir em best-sellers, sucessos de público e as estrelas. Caso não de direitos autorais e propriedade intelectual, essas obras poderiam apreciar e partilhar para todos, os gigantes da indústria cultural perderiam seus direitos exclusivos de obras de arte. Como resultado, perdem também a sua posição dominante no mercado, o que mantém muitos artistas longe do público. O mercado irá normalizar, o que permitirá que os artistas apresentam seus trabalhos, tornadas públicas, e obter uma boa renda para seu trabalho. Esta receita viria, inicialmente, o fato de ser a primeira a comercializar uma determinada obra. Mas há outro fator que contribui para o sucesso de artistas. Um mercado cultural padronizado iria oferecer mais oportunidades para os artistas a criar uma reputação como uma marca, que poderiam ser exploradas para vender mais obras a um preço mais elevado. A cópia rápida e generalizada do trabalho de um artista, algo que só é possível na era digital, pode reduzir seu valor de mercado, mas só servem para aumentar a reputação do artista. Isto dá aos artistas a oportunidade de continuar a vender seu trabalho para um público mais amplo do que a indústria actual-driven modelo.

Claro, deixar o autor traz para a mesa uma série de questões importantes que precisam ser respondidas. Mais especificamente, eles tomam três definições importantes. Primeiro, é o tema que a produção de uma obra de arte, muitas vezes envolve um investimento significativo de tempo e / ou dinheiro. Isto precisa de proteção legal por um curto período de tempo, por exemplo, um ano no caso da literatura e do cinema, o tempo durante o qual o artista poderia usar os direitos de seus trabalhos exclusivamente. Mas este prazer seria diferente da prática atual, já que o trabalho automaticamente seria parte do domínio público após o término deste período, como era costume em todas as culturas antes de nossas leis de propriedade intelectual hoje.

Claro que a pergunta é: por que, exatamente um ano e não mais? A experiência nos ensina que a vida económica da maioria das obras é de um ano ou menos. Após esse período, produzir e distribuir o trabalho tornou-se menos interessante para os outros, uma vez que muitos outros poderiam fazer o mesmo, tornando inviável o investimento. Uma implicação evidente disto seria de que poderia haver uma utilização ilegal de obras de arte como o material em questão não pertence a ninguém. A pirataria é uma coisa do passado, como seria a criminalização e perseguição de pessoas para compartilhar e distribuir obras de arte, tais como a partilha de música na Internet.

O segundo problema seria, obviamente, que muitas obras de arte não pode fornecer qualquer vantagem em um mercado livre por um longo tempo. Isso poderia ocorrer no caso de um trabalho continua "desconhecido" para o público por muito tempo. Ainda assim, é importante para a sociedade que uma variedade de obras disponíveis para a apreciação e debate público. Artistas também precisam de oportunidades para desenvolver o seu trabalho, mesmo quando não é interessante para o mercado mais amplo. O desenvolvimento de competências e estilo pessoal do artista, geralmente leva muito tempo, mas é do interesse da sociedade para investir no desenvolvimento. Por esse motivo e outros, a sociedade tem a obrigação de apoiar a criação destas obras de arte por meio de subsídios e modelos de apoio.

O terceiro problema diz respeito a todo o mercado cultural. Deixando o autor iria eliminar uma base importante da dominação das nossas indústrias culturais, mas isso não significa necessariamente que sua dominação chega ao fim. Continuariam a indústrias estabelecidas em suas mãos o controle sobre a produção, distribuição e comercialização de escala dos produtos e serviços culturais. Esta é uma das razões do seu sucesso atual para manter o controle total sobre a obra de arte, desde a concepção até ao consumidor final, e é este modelo de distribuição que determina em grande parte o que filmes, livros, produções de teatro e visuais para apreciar.

Essa concentração de poder seria indesejável em qualquer setor, mas tem uma particularmente difícil no campo da cultura. Podemos, portanto, imaginar que o mercado cultural foi submetido a uma espécie de direito da concorrência com uma forte ênfase cultural. Este estaria relacionado, nomeadamente, com a posse dos meios de produção e distribuição de produtos culturais. A legislação também chamaria empresas força cultural de (re) apresentar a totalidade da actual diversidade cultural que está sendo criada por artistas locais e internacionais.

Este modelo seria um mundo sem direitos autorais não é só perfeitamente possível, mas muito benéfico para muitos artistas, e tornar-se uma verdadeira bênção para a democracia cultural.

Joost Smiers Artes é o autor de Under Pressure, Promovendo a Diversidade Cultural na Era da Globalização (Zed Books), e é professor de Ciência Política da Arte Grupo de Pesquisa em Artes e Economia na Escola de Arte em Utrecht, na Holanda.

Este texto está licenciado sob a Licença Creative Commons ByNCSA. Você pode ler o texto completo da licença creativecommons.org/licenses/by-nc-sa/2.5/

Traduzido por Kamen Nedev

Tradução: Esta obra está licenciada sob uma ReconocimientoSin Obras Derivadas 2,5 Espanha Creative Commons. Para ver uma cópia desta licença, visite creativecommons.org/licenses/by-nd/2.5/es/ ou envie uma carta para Creative Commons, 559 Nathan Abbott Way, Stanford, Califórnia 94305, E.U.A..

Publicado em www.medialabmadrid.es/smiers_abandoning_copyright.pdf

segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Ciclo Copy, Right?

Cineclube Lanterninha Aurélio
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros
Projeto Cultural CESMA -Santa Maria/RS - desde 1978
Cooperativa dos Estudantes de Santa Maria

Ciclo Copy, Right?

Pra encerrar esse turbulento e acelerado 2009, o Cineclube Lanterninha Aurélio, em parceria com o BaixaCultura.org, propõe um ciclo sobre um tema que gradativamente vem saindo do nicho dos especialistas para adentrar aos lares (e pcs) de toda a sociedade mundial: a "pirataria" digital.

Falar em "pirataria" digital hoje em dia é, necessariamente, falar sobre cópia, e falar de cópia no contexto atual é falar também de internet, cibercultura, autoria, direito autoral, cultura livre, remix, dentre outras diversas questões que são puxadas para dentro do mesmo caldeirão de debate e fermentadas por pontos de vistas que inclui ideologias, previsões - catastróficas ou utópicas - e, acima de tudo, questionamentos sobre a sobrevivência de uma das indústrias mais poderosas que se estabeleceu no nosso recém findado século XX - a indústria do entretenimento.

A lógica industrial da cultura [a lógica cultural dominante ao longo do século 20] se baseia num esquema feroz de controle autoral (o copyright), mais ou menos feroz a depender do volume de dinheiro envolvido. Quando a tecnologia digital torna extremamente difícil esse controle, e aos lucros cada vez menores da indústria se equipara uma produção cultural descentralizada, diversificada e auto-gerenciada; quando a reação da indústria é uma dispendiosa campanha “contra a pirataria”, por vezes redundando em leis que já nascem mortas e atitudes como processar os próprios consumidores dos produtos que vendem, é aí que se pensa que algumas mudanças nestes costumes e leis se fazem (muito) necessárias, a fim de que elas pelo menos possam acompanhar – e não travar - o desenvolvimento tecnológico (e o consequente cultural) da sociedade.

É neste cenário de constante transformação que se insere a discussão que propõe os filmes a serem exibidos no Cineclube Lanterninha Aurélio neste mês. O ciclo "Copy, right?" apresenta quatro recentes documentários, todos produzidos nesta primeira década do segundo milênio, que tratam questões como “pirataria” digital, cópia, direito autoral, cultura livre, remix e novas formas de distribuição (e comercialização) da música, cada um sob um ponto de vista e trazendo seus próprios exemplos, que vão desde a milagrosa indústria de cinema nigeriana – a que atualmente mais filmes produz no planeta, a frente de Hollywood e Bollywood, na Índia – até o site sueco de busca de arquivos torrents Pirate Bay, passando ainda pela cena tecnobrega de Belém do Pará e por trabalhos de djs que usam e abusam de remix de outras músicas.

O ciclo começa na quarta feira dia 9 de dezembro com “Cópia Boa, Cópia Má”, auto-referenciado como um “documentário sobre o estado atual do copyright e da cultura”, dirigido e produzido pelos dinamarqueses Andreas Johnsen, Ralf Chistensen e Henrik Moltke. Lançado em 2007, o filme, com duração de 59 minutos, levanta questões delicadas relativas aos copyrights e a propriedade intelectual, trazendo interpretações tanto do ponto de vista dos entusiastas da cultura do remix quanto dos defensores da manutenção do status quo dos direitos autorais. Alguns dos entrevistados pelos cineastas dinamarqueses são o DJ e produtor musical Girl Talk, Dr. Lawrence Ferrara, diretor do departamento de música da Universidade de Nova Iorque, Lawrence Lessig, autor do livro Cultura Livre e criador do Creative Commons, Charles Igwe, produtor cinematográfico de Lagos, Nigéria, Dan Glickmann, representante da Motion Picture Association of America (MPAA),e os brasileiros Rolando Lemos, professor de direito da Fundação Getúlio Vargas, e DJ Dinho Tupinambá, um dos mais conhecidos personagens do tecnobrega do Pará. A questão central do filme pode ser resumida na busca pelo difícil equilíbrio entre a proteção de alguns direitos dos ditos autores de obras intelectuais e o direito das gerações futuras de poder criar livremente a partir do que já foi produzido nos muitos milhares de anos em que o homem habita este planeta.

Na segunda exibição do ciclo (23/12) serão exibidos "Roube este Filme I" e "Roube Este Filme II", ambos produzidos pela misteriosa The League of Noble Peers e finalizados em 2006 e 2007, respectivamente. O primeiro documentário, de 32 minutos, é centrado no caso do Pirate Bay, um dos ícones da chamada “pirataria” digital; o segundo, com duração de 44 minutos, vai mais além e busca entender questões tecnológicas e culturais que estão por trás da chamada “copyright wars”, além de discutir algumas transformações culturais e tecnológicas em andamento com o advento da internet.

Por fim, na quarta feira dia 30, antevéspera do reveillon, será exibido o brasileiro "Brega S/A", documentário dirigido por Vladimir Cunha e Gustavo Godinho, finalizado em setembro deste ano. O filme, único brasileiro da amostra, trata da surpreendente cena tecnobrega de Belém do Pará, um fenômeno cultural que nos últimos tempos tem atraído a atenção mundial por conta de sua inovadora estratégia de comercialização, onde a pirataria entra como mais um elemento parceiro na circulação do que um "inimigo" a ser eliminado.

Como os filmes a serem exibidos e o próprio nome do ciclo sugerem, a ideia que percorre esta amostra é a da cópia livre, do livre compartilhamento de informação e de ideias. Todos os documentários estão disponíveis gratuitamente na rede, e alguns deles – caso dos exibidos no primeiro e no segundo dia do ciclo – incentivam a exibição/reprodução e até remixagem de seus conteúdos. Eles partem do princípio que a criação intelectual se defende ao compartilhar, algo que vem a calhar com outra ideia, trazida pelo notório coletivo italiano Wu Ming, de que obras intelectuais não devem ser apenas produtos do intelecto, mas produtoras de intelecto.

Leonardo Foletto,

Baixacultura.org

Ciclo Copy, right?


9/12 - Cópia Boa, Cópia Má (Dinamarca, 2007, 59 min)

23/12 – Roube Este Filme I (Reino Unido/Alemanha, 2006, 32 min)

Roube Este Filme II (Reino Unido/Alemanha, 2007, 44 min)
30/12 – Brega S/A (Brasil, 2009, 60 min)

Cineclubismo

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