domingo, 27 de junho de 2010

Estréia da auto-ficção "Dias no tempo"

Cineclube Lanterninha Aurélio
Projeto Cultural CESMA - Santa Maria/RS - Desde 1978
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros

No dia 30 de junho, às 19h, no Auditório da CESMA – Cineclube Lanterninha Aurélio, os dias passarão em uma enorme tela, bidimensional, audiovisual e cinematográfica.

Um documentário? Talvez não exatamente. Ou uma autoficção?

Quem estiver na sessão de estréia da obra audiovisual Dias no tempo entenderá porque é uma obra de difícil definição.

Rodado quase em sua totalidade na Argentina, principalmente em Buenos Aires, obra parte de uma narrativa autorreferencial como forma de recuperação da memória familiar.

Das relações de sua família com o pais vizinho e de sua experiência em Buenos Aires, Carolina Berger promove uma série de conexões entre Brasil e Argentina, entre o campo e a cidade, entre a memória e a imaginação. Um experimento que coloca em cena a diluição dos conceitos de identidade e realidade.

Na trilha sonora original, uma leitura da relação entre a musicalidade do Rio Grande do Sul e da Argentina. A trilha foi composta e executada por Pirisca Grecco, vencedor do Prêmio Açorianos, categoria disco regional, com a obra "Comparsa Elétrica".

O documentário foi parcialmente produzido com recursos e suporte da Universidad del Cine (Argentina), uma das mais importantes escolas de cinema da América Latina.

A finalização e a distribuição de Dias no tempo foram financiadas pela Lei de Incentivo à Cultura de Santa Maria.

A sessão de estréia será gratuita e contará com a presença de diretora e parte da equipe de realização do documentário/auto-ficção.

O evento também marca o encerramento das atividades de aniversário da 32 anos da Cesma e do Cineclube Lanterninha Aurélio.


Sinopse

“É no mínimo curioso o fato de eu estar vivendo aqui, de estar nesta esquina, vendo outro prédio no lugar do imponente hotel onde ele costumava ficar.”

Foi na esquina celebrada pelo tango “Corrientes y Esmeralda” que Carolina passou a se questionar sobre o fato de estar vivendo em Buenos Aires.

Naquela esquina ficava o hotel onde seu bisavô parava, em suas longas estadas na capital argentina, há 60, 70 anos.

Distante de casa, distante da Buenos Aires conhecida por outras gerações de sua família, Carolina passa a buscar, na cidade de sua experiência,resquícios de outros tempos. O que encontra é uma metrópole latino-americana onde a solidão é a implacável resposta para quem espera sentir-se em um lugar familiar.

Dias no tempo parte de uma história privada para construir uma autoficção que, em tom de ensaístico, promove uma série de conexões entre Brasil e Argentina, entre o campo e a cidade, entre a memória e a imaginação. Um experimento que coloca em cena a diluição dos conceitos de identidade e realidade.






Ficha técnica

Dias no tempo (Documentário/auto-ficção, digital, 2010, 37’, cor e preto e branco, Brasil e Argentina)


Roteiro
Carolina Berger

Direção e Produção
Carolina Berger

Direção de fotografia e câmera
Carolina Berger
Jorge Flores Velasco
Gomar Fernández (Super-8)

Trilha Sonora Original
Pirisca Grecco

Edição
Carolina Berger

Desenho de som e Mixagem
Cristiano Scherer

Coordenação de Pós-produção
Álvaro de Carvalho Neto

Pós-produção de imagem
Álvaro de Carvalho Neto

Revisão de textos
Silvana Dalmaso

Produção gráfica
Roberto Borges


Financiamento

UNIVERSIDAD DEL CINE



LEI DE INCENTIVO À CULTURA - PREFEITURA MUNICIPAL DE SANTA MARIA


Patrocina a estréia:

VINÍCOLA DOM ROBERTTO




Apoio à estréia:

CESMA



CINECLUBE LANTERNINHA AURÉLIO



ZAMPANO - COMIDAS ARTESANAIS





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Cineclube Lanterninha Aurélio

Debates e sessões - quartas-feiras - 19 horas - Entrada Franca
Auditório João Miguel de Souza
Rua: Professor Braga, 55 - 3º andar - Centro - Santa Maria / RS

55 3221 9165
55 322 8544


cineclubelanterninhaaurelio@gmail.com
www.twitter.com/cinelanterninha

sexta-feira, 25 de junho de 2010

TV OVO ABRE INSCRIÇÕES PARA A OFICINA DE REALIZAÇÃO AUDIOVISUAL

Planos de gravação, enquadramentos, movimentos de câmera, roteiro e edição são alguns dos temas a serem tratados na Oficina de Realização Audiovisual que a Oficina de Vídeo - TV OVO está preparando. As inscrições já estão abertas e podem ser feitas na sede da TV OVO - Casa de Cultura, sala 26 - das 14h às 18h, até o dia 2 de julho. Serão oferecidas 15 vagas e a taxa única de inscrição é de R$30,00. As aulas serão ministradas por Marcos Borba.

O objetivo da oficina é apresentar noções básicas de teoria e prática audiovisual, além de estimular uma visão crítica e criativa das produções de cinema, televisão e vídeo e também, valorizar aspectos da cultura santamariense.
Durante os encontros, que irão ocorrer todos os sábados, até o dia 4 de setembro, das 9h às 12h, serão produzidos pelo menos, três mini-documentários.

A iniciativa faz parte das comemorações dos 14 anos da TV OVO, que ao longo do tempo se tornou uma referência de formação na área audiovisual. Atualmente, com o Focu - Pontão Fomento Cultural, a equipe da TV viaja por Santa Catarina, Paraná e Rio Grande do Sul ministrando oficinas para integrantes de pontos de cultura.


Serviço:

que: oficina de realização audiovisual
quando: inscrições abertas até o dia 2 de julho.


Início das aulas 3 de julho.
onde: na sede da Oficina de Vídeo TV OVO, na Casa de Cultura, sala 26.
quanto: R$30,00 a inscrição (taxa única)


Informações:no email tvovo@tvovo.org

no telefone (55) 3026 3039 e no site www.tvovo.org

quinta-feira, 24 de junho de 2010

GUERRA CONTRA O ECAD JÁ!




Companheir@s

Creio que o ECAD ultrapassou todos os limites da civilidade e do bom senso.

Neste sentido proponho que iniciemos imediatamente uma mobilização nacional contra a ação deste monopólio.

Creio que podemos contar também com o apoio de amplos setores da sociedade que como nós tem sido vitimados pela ação do ECAD.

Informo ainda que na qualidade de secretário do CNC, já iniciei contato com alguns advogados parceiros visando saber da possibilidade de ingressarmos com alguma medida legal (tipo mandato de segurança) que de garantias prévias aos cineclubes contra a ação do ECAD.

É isso....GUERRA CONTRA O ECAD JÁ!

Pimentel

---------- Mensagem encaminhada ----------
De: Jose Vaz de Souza Filho
Data: 23 de junho de 2010 18:14
Assunto: ENC: Cancelamento Cineclube Ação da Cidadania
Para: João Batista Pimentel Neto


De: João Guerreiro [mailto:jguerreiro@acaodacidadania.com.br]
Enviada em: quarta-feira, 23 de junho de 2010 14:13
Para: João guerreiro
Assunto: Cancelamento Cineclube Ação da Cidadania


Prezada(o)s,


É com enorme desgosto que estamos cancelando o lançamento do Cineclube Ação da Cidadania. Na verdade, tratava-se do lançamento no novo formato visto que fomos contemplados, através de Edital Público, no Projeto Cine Mais Cultura do Ministério da Cultura, com o kit Telão, Projetor, Caixa e Mesa de Som, e filmes disponibilizados pela Programadora Brasil ("um programa da Secretaria do Audiovisual do Ministério da Cultura, desenvolvido por meio da Cinemateca Brasileira e do Centro Técnico do Audiovisual (CTAv)").

Trata-se, portanto, de um projeto de convergência entre políticas públicas de formação e disponibilização obras NACIONAIS para formação de público crítico e que permite a difusão de culturas diversificas ladeado com segmentos da sociedade civil que tem o mesmo objetivo - caso da Ação da Cidadania.

Entretanto, fomos surpreendidos hoje pela manhã, com um telefonema do ECAD (Escritório Central de Arrecadação e Distribuição, uma sociedade civil, de natureza privada) informando que seria cobrado uma taxa de direitos autorais pela exibição. A exibição seria gratuita, o público alunos das escolas públicas da rede municipal do entorno do Centro Cultural Ação da Cidadania e jovens do Morro da Providência. A exibição seria feita por dois voluntários da Ação da Cidadania, o espaço (reformado para o Cine Mais Cultura com recursos de nossa entidade) e a eletricidade seriam nossa contrapartida. Nada disso comoveu o ECAD.

Assim, tivemos, dolorosamente, que cancelar o Cineclube, nos desculparmos com a Profª. Adriana Faccina e com o MC Leo (debatedores que viriam com seus próprios recursos ao CCAC) e pedir desculpas às crianças e aos jovens do Morro da Providência.

Gostaríamos, também, de nos desculparmos com você que por ventura esteja à caminho.

O que faremos daqui para frente? Ainda não sabemos. Esperamos apenas que exista bom senso entre o legal e o justo. Pois, entre os dois estamos, como sempre estivemos, com os milhões de excluídos socioculturais deste imenso Brasil.


João Guerreiro
Coordenador de Ações Culturais
Ação da Cidadania
Tel. (21) 2233-7460 e 8117-0763
jguerreiro@acaodacidadania.com.br
www.acaodacidadania.com.br

terça-feira, 22 de junho de 2010

Ponto De Mutação - 23/06

Cineclube Lanterninha Aurélio
Projeto Cultural CESMA - Santa Maria/RS - Desde 1978
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros

Enceramento do Ciclo: Eu consumo, tu consomes... o mundo

23/06/2010
Ponto de Mutação
EUA, 1990, 110 min
Direção: Bernt Capra


Um político estadunidense vai à França visitar um velho amigo poeta.
Lá, conhecem uma cientista desiludida com os rumos tomados pela
ciência. Após descobrir que suas pesquisas com microlasers estavam
sendo utilizadas no projeto americano Guerra nas Estrelas, ela decidiu
isolar-se em um vilarejo francês para repensar a vida. E nesse
encontro , juntos, tecem uma profunda discussão sobre ecologia,
guerra, política e filosofias alternativas para o século XXI

Baseado no livro beste-seller The Turning Point (Ponto de Mutação) do
físico austríaco Fritjof Capra




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Próxima Exibição

30/06/2010
Lançamento do documentário "Dias no tempo"
Direção: Carolina Berger

Digital, 2010, 37', cor e preto e branco, Brasil e Argentina

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Cineclube Lanterninha Aurélio / CESMA Vídeo

Debates e sessões - quartas-feiras - 19 horas - Entrada Franca
Auditório João Miguel de Souza
Rua: Professor Braga, 55 - 3º andar - Centro - Santa Maria / RS

55 3221 9165
55 322 8544


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terça-feira, 15 de junho de 2010

José Lutzemberger e O Mundo segundo a Monsanto - Cineclube Lanterninha Aurélio

Cineclube Lanterninha Aurélio
Projeto Cultural CESMA - Santa Maria/RS - Desde 1978
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros

Ciclo: Eu consumo, tu consomes... o mundo.
Em pareceria com o Projeto Sala Verde do Ministério do Meio Ambiente e da SV - Comitê Ambiental da CEU II – Universidade Federal de Santa Maria.


16/06/2010
Série: Memórias do Meio Ambiente
Episódio: José Lutzemberger - um pioneiro em Gaia
Brasil, 2002, 32 min
Direção: Anna Terra e Ricardo Carvalho Brasil


Ecologia e Comunicação em parceria com TV Cultura de São Paulo.
Escolhida como Melhor Série Televisiva pelo resgate da vida e da obra de personagens fundamentais à compreensão do movimento ambientalista brasileiro, num trabalho que também foi especialmente formatado para uso em salas de aula, com material didático apropriado.

Lutzenberger foi um pioneiro. No início dos anos 70 já falava do planeta como um ser vivo e apresentava aos brasileiros a Teoria de Gaia.
Alertava para os perigos de maltratar este ser vivo do qual fazemos parte e com rara coragem se expunha e brigava contra os poderosos usando suas armas preferidas: o profundo conhecimento científico, a precisão da palavra e a emoção de quem defende a vida. Sua luta mais recente tinha como alvo os transgênicos.

Não teve tempo de divulgar seus escritos contundentes contra esta prática que coloca em risco a produção de alimentos no planeta e pode acabar de vez com o pequeno agricultor. Mas deixou herdeiros de seus conhecimentos e, acima de tudo, de sua coerência. Os brasileiros conscientes e as gerações futuras agradecem e reverenciam José Lutzenberger, um pioneiro em Gaia.





O Mundo segundo a Monsanto (Le monde selon Monsanto)
Direção: Marie-Monique Robin
Paris , 2008, 109 min


O documentário "O Mundo segundo a Monsanto" traça a história da principal fabricante de organismos geneticamente modificados (OGM), cujos grãos de soja, milho e algodão se proliferam pelo mundo, apesar dos alertas de ambientalistas.
A diretora, a francesa Marie-Monique Robin, baseou seu filme - e um livro de mesmo título - na empresa com sede em Saint-Louis (Missouri, EUA), que, em mais de um século de existência, foi fabricante do PCB (piraleno), o agente laranja usado como herbicida na guerra do Vietnã, e de hormônios de aumento da produção de leite proibidos na Europa.

O documentário destaca os perigos do crescimento exponencial das plantações de transgênicos, que, em 2007, cobriam 100 milhões de hectares, com propriedades genéticas patenteadas em 90% pela Monsanto.

A pesquisa durou três anos e a levou aos Estados Unidos e a países como Brasil, Índia, Paraguai e México, comparando as virtudes proclamadas dos OGM com a realidade de camponeses mergulhados pelas dívidas com a multinacional, de moradores das imediações das plantações pessoas que sofrem com problemas de saúde ou de variedades originais de grãos ameaçadas pelas espécies transgênicas.

Marie-Monique Robin é uma famosa jornalista independente, que, em 2004, gravou um documentário sobre a Operação Condor chamado "Esquadrões da Morte: A Escola Francesa"- para o qual entrevistou vários dos maiores repressores das ditaduras militares dos anos 70.




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Próximas Exibições

23/06/2010
Ponto de Mutação
EUA, 1990, 110 min
Direção: Bernt Capra



30/06/2010
Lançamento do documentário "Dias no tempo"
Direção: Carolina Berger
Digital, 2010, 37', cor e preto e branco, Brasil e Argentina



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Cineclube Lanterninha Aurélio

Debates e sessões - quartas-feiras - 19 horas - Entrada Franca
Auditório João Miguel de Souza
Rua: Professor Braga, 55 - 3º andar - Centro - Santa Maria / RS

55 3221 9165
55 322 8544


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Apagão Ambiental: seria cômico, não fosse trágico

Deputado Aldo Rebelo superou seu próprio discurso anti-ambiental. Quem achava que se tratava apenas de jogo de cena quebrou a cara. Em sessão concorrida da Comissão Especial do Código Florestal desta terça-feira, 08 de junho, apenas três dias após o Dia Internacional do Meio Ambiente, o deputado apresentou e leu parte do seu canhestro relatório. Em leitura enfadonha e desqualificando de forma autoritária as organizações e inclusive os técnicos da sociedade civil contrários ao seu posicionamento o Deputado Aldo ofereceu seu tão esperado relatório para praticamente revogar o Código Florestal brasileiro.

Citando de Malthus, a Luiz Gonzaga, o Deputado Aldo demonstrou grande sensibilidade para as teses mais arcaicas do ruralismo do século passado. Comprovou também que não tem nenhuma responsabilidade para com o patrimônio público (ambiental), o Estado de Direito e a Função Social da Terra, teses consagradas na nossa Constituição Federal e caras aos comunistas (neste caso- ex-comunista). Conseguiu (pasmem!) apresentar um relatório muito mais condescendente com os infratores ambientais do que o apresentado pelo Deputado Moacir Micheletto, há mais de 10 anos atrás, e que lhe rendeu o apelido de deputado Moto-serra cunhado por organizações não Governamentais participantes da Campanha SOS Florestas.

Sem maiores delongas, os aspectos mais graves da proposta de Código Florestal TOTAL-Flex de Aldo Rebelo são:

1) Anistia geral e irrestrita a todo desmatamento ilegal ocorrido até julho de 2008 cancelando multas, suspendendo embargos e permitindo que ocupações ilegais recentes em Área de Preservação Permanente e Reserva Legal sejam beneficiadas com a manutenção das atividades até que o governo elabora plano de recuperação ambiental.

2) Inverte de forma inconstitucional a responsabilidade pela elaboração de planos de recuperação de áreas objeto de dano ambiental decorrente de crime ou infração atribuindo obrigações ao poder público para elaborar os Planos de Recuperação Ambiental.

3) Permite que os Estados possam reduzir em até 50% as dimensões das áreas de preservação permanente.

4) Revoga a exigência de Reserva legal para as propriedades com até quatro módulos rurais (ex.: 600 hectares na Amazônia), permitindo com isso mais desmatamentos em todos os biomas em todo País.

5) Concede mais 35 anos para a recomposição de RL (pelo Estado) quando esta for exigível. Os trinta anos começaram a contar em 2000, com a MP 2166, mas a proposta é de renovar esse prazo.

6) Abre a possibilidade, sem qualquer critério técnico previamente estabelecido, aos estados e até mesmo municípios de declararem empreendimentos como de utilidade pública para fins de desmatamento em qualquer categoria de área de preservação permanente.

7) Suspende todos os termos de compromissos e de ajustamento de conduta para cumprimento do código florestal já assinados entre produtores rurais e órgãos ambientais em todos os biomas do País.

Além do que foi acima descrito o Deputado Aldo ainda propõe em seu relatório:

A) Em rio com até 5 metros de largura (rios mais vulneráveis a poluição e erosão) a APP passa a ter limite máximo de 5 metros de APP (hoje essa margem é de 30 metros de largura). Com isso abre a possibilidade para novos desmatamentos.

B) A definição de APP em áreas de várzea passa a ser definida pelos estados pois deixa de ter um parâmetro geral federal.

C) No caso de ocupação de área com vegetação nativa entre 25-45° de declividade, que hoje é limitada, a competência para autorizar uso é retirada do órgão ambiental e é atribuída a um órgão de pesquisa agropecuária (não define qual).

D) Formações campestres amazônicas (campinarana, lavrados) passam a ter Reserva legal de 20% (até então aplicava-se a elas o percentual de 35% como cerrado).

E) Permite o cômputo total da APP na reserva legal, mesmo que estejam desmatadas (em processo de regeneração).

F) ZEE pode regularizar desmatamentos ilegais ocorridos até julho de 2008.

G) Permite recomposição de RL com espécies exóticas a critério do órgão estadual (deixa de exigir parâmetro do CONAMA).

H) Desonera empreendimento de interesse público em área rural no entorno de lagoa de ter Reserva Legal, sem definir o que sejam empreendimentos de interesse público (por exemplo condomínios privados podem ser declarados por prefeituras como de interesse público).

I) Permite a compensação financeira para regularização de reserva legal (a lógica do desmate, ocupe, lucre e pague).

J) A averbação de reserva legal deixa de ser obrigatória até que o poder público elabore o PRA.

k) Propõe a recomposição voluntária de Reserva Legal até que o Poder Público apresente o PRA.

L) Permite a consolidação de ocupação em áreas urbanas de risco (margem de rios, topos de morros e áreas com declividade).

Em seu discurso rococônico com citações desconexas que viajam forçadamente de Epicuro a Guimarães Rosa, o Deputado Aldo deixou claro e sem constrangimento que não entende nada e não tem nenhuma responsabilidade com o equilíbrio ambiental no Brasil. Defende o princípio da arrogância humana, que se coloca acima de tudo e de todas as demais espécies e que com sua razão tudo pode. Para ele o Brasil é sobretudo o celeiro do mundo e todos os que não se rendem a essa visão míope e parcial das realidade do país são por ele taxados de inimigos da nação. Infelizmente esse é o cenário que teremos que enfrentar no Congresso Nacional nos próximos dias.

Por isso amigos acompanhem, mandem mensagens e liguem para os seus deputados, e participem das Campanhas SOS Florestas: www.sosflorestas.org.br/ e Exterminadores do Futuro www.sosmatatlantica.org.br

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Artigo escrito em 08 de junho de 2010 por André Lima, advogado, formado pela Universidade de São Paulo (1994), mestre em Gestão e Política Ambiental pela UnB, Coordenador de Políticas Públicas do IPAM e Diretor de Assuntos Parlamentares do Instituto O Direito por um Planeta Verde. Foi Coordenador Jurídico da SOS Mata Atlântica entre 1994 e 1997, Coordenador de Política e Direito Socioambiental do ISA entre 1997 e 2007 e Diretor de Políticas de Controle dos Desmatamentos no Ministério de Meio Ambiente entre 2007 e 2008.

domingo, 6 de junho de 2010

Ciclo: Eu consumo, tu consomes... o mundo

Cineclube Lanterninha Aurélio
Projeto Cultural CESMA - Santa Maria/RS - Desde 1978
Filiado ao CNC - Conselho Nacional de Cineclubes Brasileiros

No mês de aniversário do Cineclube Lanterninha Aurélio e da CESMA.
Apresentamos o “Ciclo: Eu consumo, tu consomes... o mundo” a partir de várias facetas sobre a questão do consumo e exploração de recursos. Em pareceria com o Projeto Sala Verde do Ministério do Meio Ambiente e da SV - Comitê Ambiental da CEU II – Universidade Federal de Santa Maria.


Dentro da programação especial de aniversário da cooperativa, no dia 30 de junho ocorrerá o lançamento do documentário “Dias no tempo” de Carolina Berger.


Ciclo: Eu consumo, tu consomes... o mundo.

02/06/2010
Paragem do tempo
Direção e Roteiro : Carolina Berger
Brasil, 2009, 52 min


O tempo naquelas paragens não é só o que ficou de uma história de ciclos de exploração do subsolo e de lembranças de prosperidade. É como a mudança insiste em agir e como a espera transforma sem anunciar. Como em tantos outros “cantos de mundo”, naquele lugar, a volta dos “velhos tempos” ainda é aguardada.
O filme foi apresentado pela TVE-RS e TV Cultura em junho de 2009 na série DOCTV e teve uma única sessão de pré-estréia nas Minas do Camaquã, local onde o documentário foi realizado.

A localidade de Minas do Camaquã chegou a ser considerada a uma das principais fontes que levariam à emancipação do cobre nacional. Hoje, o conflito sócio-ambiental causado por esse modelo é latente: quem vive “na mina” é constantemente alimentado pela expectativa coletiva de um novo ciclo de mineração e consequente volta da estabilidade econômica.

A não-ficção “Paragem do tempo” mostra a pequena vila nos dias de hoje e como a sua população sofre as conseqüências desta ideologia: uma degradação ambiental irreversível e uma massa de operários sem emprego e sem moradia depois da paralisação da extração mineral, em 1996. E é por esta relação entre prosperidade no passado e estagnação no presente que surge o sentido universal do documentário: da dinâmica em ciclos da atividade mineradora, se forma uma percepção da natureza cíclica do tempo.

O “Paragem do tempo” faz parte da série DOCTV IV, concurso de produção de documentários financiado pelo Ministério da Cultura, pela Associação Brasileira das Emissoras Públicas Educativas e Culturais e pela Fundação Cultural Piratini – TVE-RS e foi o segunda produção da série exibida em rede nacional, em televisões públicas.



09/06/2010
A história das coisas (The Story of Stuff')
Direção: Louis Fox
EUA, 2007, 21 min


Discorre sobre os processos produtivos de praticamente todas as coisas do mundo.
O vídeo mostra de forma bastante didática, como nos transformamos em consumistas e somos bombardeados pela comunicação e propaganda de moda, tendências, eletrônicos, entretenimento. Vemos que nos Estados Unidos praticamente tudo o que se produz torna-se lixo em no máximo seis meses.


Surplus - Terrorized Into Being Consumers
Direção: Erik Gandini
Suécia , 2003, 51 min


O documentário Surplus mostra os excessos da atual produção em massa e o consumo desenfreado que afligem a maioria dos paises e culturas mundiais e os problemas que vem sendo causados ao meio ambiente e para todos que estão nele. John Zerzan é considerado o Guru da anti-globalização e o produtor Eric Gandini se baseia nos pensamentos de Zerzan para mostrar a destruição das reservas naturais e do meio ambiente que vem sendo causada pela vida consumista que vivemos.




16/06/2010
Série: Memórias do Meio Ambiente
Episódio: José Lutzemberger - um pioneiro em Gaia
Brasil, 2002, 32 min
Direção: Anna Terra e Ricardo Carvalho Brasil


Ecologia e Comunicação em parceria com TV Cultura de São Paulo.
Escolhida como Melhor Série Televisiva pelo resgate da vida e da obra de personagens fundamentais à compreensão do movimento ambientalista brasileiro, num trabalho que também foi especialmente formatado para uso em salas de aula, com material didático apropriado.

Lutzenberger foi um pioneiro. No início dos anos 70 já falava do planeta como um ser vivo e apresentava aos brasileiros a Teoria de Gaia.
Alertava para os perigos de maltratar este ser vivo do qual fazemos parte e com rara coragem se expunha e brigava contra os poderosos usando suas armas preferidas: o profundo conhecimento científico, a precisão da palavra e a emoção de quem defende a vida. Sua luta mais recente tinha como alvo os transgênicos.

Não teve tempo de divulgar seus escritos contundentes contra esta prática que coloca em risco a produção de alimentos no planeta e pode acabar de vez com o pequeno agricultor. Mas deixou herdeiros de seus conhecimentos e, acima de tudo, de sua coerência. Os brasileiros conscientes e as gerações futuras agradecem e reverenciam José Lutzenberger, um pioneiro em Gaia.


O mundo segundo a Monsanto (Le monde selon Monsanto)
Direção: Marie-Monique Robin
Paris , 2008, 109 min

O documentário "O Mundo segundo a Monsanto" traça a história da principal fabricante de organismos geneticamente modificados (OGM), cujos grãos de soja, milho e algodão se proliferam pelo mundo, apesar dos alertas de ambientalistas.
A diretora, a francesa Marie-Monique Robin, baseou seu filme - e um livro de mesmo título - na empresa com sede em Saint-Louis (Missouri, EUA), que, em mais de um século de existência, foi fabricante do PCB (piraleno), o agente laranja usado como herbicida na guerra do Vietnã, e de hormônios de aumento da produção de leite proibidos na Europa.

O documentário destaca os perigos do crescimento exponencial das plantações de transgênicos, que, em 2007, cobriam 100 milhões de hectares, com propriedades genéticas patenteadas em 90% pela Monsanto.

A pesquisa durou três anos e a levou aos Estados Unidos e a países como Brasil, Índia, Paraguai e México, comparando as virtudes proclamadas dos OGM com a realidade de camponeses mergulhados pelas dívidas com a multinacional, de moradores das imediações das plantações pessoas que sofrem com problemas de saúde ou de variedades originais de grãos ameaçadas pelas espécies transgênicas.

Marie-Monique Robin é uma famosa jornalista independente, que, em 2004, gravou um documentário sobre a Operação Condor chamado "Esquadrões da Morte: A Escola Francesa"- para o qual entrevistou vários dos maiores repressores das ditaduras militares dos anos 70.




23/06/2010
Ponto de Mutação
EUA, 1990, 110 min
Direção: Bernt Capra


Um político estadunidense vai à França visitar um velho amigo poeta. Lá, conhecem uma cientista desiludida com os rumos tomados pela ciência. Após descobrir que suas pesquisas com microlasers estavam sendo utilizadas no projeto americano Guerra nas Estrelas, ela decidiu isolar-se em um vilarejo francês para repensar a vida. E nesse encontro , juntos, tecem uma profunda discussão sobre ecologia, guerra, política e filosofias alternativas para o século XXI

Baseado no livro beste-seller The Turning Point (Ponto de Mutação) do físico austríaco Fritjof Capra. Ele é um típico teórico do ambientalismo do Terceiro Milênio. Tem um aprofundado saber técnico (é PhD em física quântica, com pesquisas em Teoria de Sistemas Complexos) e dá uma compreensão holística a esses conhecimentos, interpretando-os à luz da ecologia.



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30/06/2010
Lançamento do documentário “Dias no tempo”
Direção: Carolina Berger
Digital, 2010, 37’, cor e preto e branco, Brasil e Argentina



Sinopse

“É no mínimo curioso o fato de eu estar vivendo aqui, de estar nesta esquina, vendo outro prédio no lugar do imponente hotel onde ele costumava ficar.”
Foi na esquina celebrada pelo tango “Corrientes y Esmeralda” que Carolina passou a se questionar sobre o fato de estar vivendo em Buenos Aires. Naquela esquina ficava o hotel onde seu bisavô parava, em suas longas estadas na capital argentina, há 60, 70 anos. Distante de casa, distante da Buenos Aires conhecida por outras gerações de sua família, Carolina passa a buscar, na cidade de sua experiência, resquícios de outros tempos. O que encontra é uma metrópole latino-americana onde a solidão é a implacável resposta para quem espera sentir-se em um lugar familiar.

Dias no tempo parte de uma história privada para construir uma autoficção que, em tom de ensaístico, promove uma série de conexões entre Brasil e Argentina, entre o campo e a cidade, entre a memória e a imaginação. Um experimento que coloca em cena a diluição dos conceitos de identidade e realidade.

A produção

Dias no tempo foi produzido em diferentes etapas. O projeto do documentário começou a ser elaborado em 2005, na cadeira de Roteiro II – ministrada pelo professor Jorge La Ferla - do Mestrado em Documentário Cinematográfico, na Universidad del Cine – Buenos Aires, Argentina.

Entre os anos 2005 e 2006 foram feitas as primeiras gravações, na cidade de Buenos Aires, com apoio da Universidad del Cine, que forneceu equipamento e material sensível. Em 2009, já com parte da montagem concluída, foram captadas mais imagens em Buenos Aires e na localidade conhecida como Seival, na região central do Estado do Rio Grande do Sul.

Todas as imagens foram gravadas em câmeras pessoais de diferentes tecnologias. As câmeras portáteis e não profissionais foram utilizadas pela necessidade estética de registro de cenas cotidianas na cidade de Buenos Aires. Algumas imagens são material de arquivo pessoal da diretora, gravadas nos anos 80, em VHS-C.

Para simular arquivos pessoais de diferentes épocas, usou-se tecnologias próprias: o Super-8 preto e branco simula as viagens de Patrício, nas décadas de 40 e 50. O Super-8 colorido, as viagens de Maria Luiza, e os suportes eletrônicos (VHS-C) e digitais (DV CAM, Mini DV, e vídeos registrados com câmeras fotográficas) foram usados para os registros cotidianos de Carolina, no período contemporâneo.




Ficha técnica

Roteiro
Carolina Berger

Direção e Produção
Carolina Berger

Direção de fotografia e câmera
Carolina Berger
Jorge Flores Velasco
Gomar Fernández (Super-8)

Trilha Sonora Original
Pirisca Grecco

Edição
Carolina Berger

Desenho de som e Mixagem
Cristiano Scherer

Coordenação de Pós-produção
Álvaro de Carvalho Neto

Pós-produção de imagem
Álvaro de Carvalho Neto

Assistentes de produção
Airton Guilherme Berger, Raquel Schefer, Rosa Domingo Bernaus e Paola Interlandi

Material de arquivo adicional (DV CAM)
Carolina Berger e Raquel Schefer

Produção gráfica
Roberto Borges

Versão e Legendas
Videoeye

Revisão de textos
Silvana Dalmaso

Laboratório revelação e Telecine de Super-8
RB Movie House

Estúdio Digitalização de áudio
Tech Áudio

Buenos Aires – 2006 e 2009
Caçapava do Sul – Seival – 2009
Finalização – Santa Maria - 2010

Financiamento
Prefeitura Municipal de Santa Maria – Lei Municipal de Incentivo à cultura
Fundación Universidad del Cine

Apoio Cultural
Yázigi Internexus
Viação Centro Oeste
Transportes Salgado Filho
Riachuelo Pré-Vestibular

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Cineclube Lanterninha Aurélio / CESMA Vídeo

Debates e sessões - quartas-feiras - 19 horas - Entrada Franca
Auditório João Miguel de Souza
Rua: Professor Braga, 55 - 3º andar - Centro - Santa Maria / RS

55 3221 9165
55 322 8544

cineclubelanterninhaaurelio@gmail.com
www.twitter.com/cinelanterninha
www.cineclubelanterninhaaurelio.blogspot.com


www.mma.gov.br/sitio

www.circuitotelaverde.blogspot.com

www.comiteambientalufsm.blogspot.com



















sexta-feira, 4 de junho de 2010

Um ensaio sobre a passagem do tempo

Um ensaio sobre a passagem do tempo

Em ‘Paragem do Tempo’, diretora santa-mariense revisita Minas do Camaquã

Por Francisco Dalcol


Entre a rapidez e a lentidão, a noção da passagem do tempo pode ser percebida de diferentes maneiras. Ao produzir um documentário sobre as Minas do Camaquã, a diretora santa-mariense Carolina Berger resolveu trabalhar essa questão. O resultado é Paragem do Tempo, que será exibido hoje na TVE-RS e na TV Cultura. Financiado pelo DocTV, do governo federal, o trabalho faz um retrato do distrito de Caçapava do Sul cuja história é contada pelos ciclos de extração mineral que ocorreram em diferentes épocas no século 20.

Assim, o cenário é o de um lugar condenando ao isolamento. Carolina não caiu no perigo de simplificar seu trabalho a uma extensa reportagem de mais de 50 minutos, recheada de depoimentos e entrevistas. Formada em Jornalismo pela UFSM, com Mestrado em Documentário Cinematográfico pela Universidad del Cine, em Buenos Aires, ela fez o que se esperava: um documentário com uma linguagem autoral e artística, em que a história, ao invés de ser contada de forma mastigada como se faz no jornalismo, é apresentada de forma sugestiva. Assim, lacunas são deixadas para levar o espectador a um exercício de imaginação.

Com seus três personagens reais e seus cotidianos, Paragem do Tempo deixa claro que estamos em um lugar decadente e abandonado que lida com a memória de um passado próspero e glorioso. Afinal, muitas de suas visões de mundo hoje são alimentadas pela comparação de como as coisas eram e de como elas ficaram. Quando as máquinas funcionavam e os operários trabalhavam na extração de cobre, a cidade vivia na velocidade de uma grande fábrica. Com o fim do ciclo mineral, nos anos 90, restou uma calmaria que imprimiu outra noção de tempo ao lugar.

No documentário, essa sensação é despertada pelos sons _ e também pelos silêncios _ e pelos planos e enquadramentos muitas vezes contemplativos. Como efeito, o filme revela a beleza natural da geografia de Minas do Camaquã.

Muito do que foi construído para a extração mineral e para dar estrutura aos trabalhadores ainda está lá:
as máquinas, o antigo cinema, as casas dos operários, as placas de ruas com nomes de engenheiros e a casa do playboy Baby Pignatari, que foi dono das minas em um dos ciclos de mineração. Como tudo pertence ao passado, salta a sensação de abandono.

Isso fica evidente quando um dos personagens visita uma antiga mina de extração mineral lembrando como o trabalho era pesado, e a vida, orientada pelas jornadas. Mas Paragem do Tempo também trabalha com a esperança e a expectativa. Ao final, um de seus personagens sugere que ainda há muito minério a ser extraído, basta alguém investir no negócio. E, se isso acontecer, poderá melhorar a vida de muita gente, especialmente dos descendentes de operários que ali vivem, perpetuando o sonho que uma geração viu ser soterrado pela estagnação econômica.

Este é o segundo documentário da diretora após o premiado Herança, que retratou o processo de arenização no pampa gaúcho. O trabalho ganhou recursos do prêmio NUFF Global _ Climate Changes, um concurso da Noruega que financia projetos com foco nas mudanças climáticas. Herança foi o melhor documentário na competição nacional do Santa Maria Vídeo e Cinema em 2007. No Gramado Cine Vídeo, levou melhor documentário independente brasileiro. E ainda foi exibido em festivais na Europa.